Letra de 'Centro Oeste' de Almerita Augusta dos Santos (Mary)

Quando fui pro Centro Oeste
José não comigo
Lá quando cheguei
Sonhando ser empresária

Tão grande era meu sonho
Que abandonei familiar
Quando alguém me ligava
Fingia não escutar

Até que um dia à tarde
Essa história veio mudar
Foi-me enviada mensagem
Sua mãe no hospital está

Quando para isto olhei
Meu coração disparou
Pensando na gravidade
E a distância onde estou

Me preparei pra viajar
Meu coração indagou
Será que quando eu chegar
Ela estará lá?

Foi grande o meu sufoco
Pensar na casa sem ela
Mas os Céus me ouvindo
Mudou toda situação
Acabou cumprindo o desejo do meu coração

Quando ali cheguei, ela chegou primeiro
Tinha deixado cedo o ambiente hospitalar
Voltou pra sua casinha que se chama de lar
Que gostoso é estar ao lados familiares

Um rapaz muito sério que passeava por lá
Foi incumbido de ela transportar
Tudo foi uma alegria numa tarde ensolarada
Aquela bela senhora, se achava um pouco dourada

Eu havia dito José, mas José é só um aspecto
Tudo que eu queria, era mesmo ser à Cida
Aquilo que havia dito, foi só uma questão de fé
Em José eu só pensei, quando vi o rancho de sapé

Acostumava dizer terra prometida
Que acaso se compara à Terra de Canaã
Que mesmo com tanta demora, ainda há de chegar
Fui então fortalecida à questão abraçar
E não é que chegou às mãos de Cida

Tinha uma certa ave, que cantava aos meus ouvidos
Você não vai conseguir, já está um pouco vencida
O tempo então dirá, se a idade nos impede
Sou tal como o vinho, quanto mais velho mais se pede

Quando a janela se abriu, sua fé foi renovada
Ainda por telefone, sua amiga foi notificada
A terra que era prometida, agora já é chegada
Que alegria, disse com satisfação
Conta para mim como é o torrão
Ela disse: É muito bom, porém em pequena extensão

Isto talvez nem interesse, o que importa é a qualidade
Há tanta opção de uso da terra conveniada
Os produtos se interligam, trazendo grande fortuna
A extensão nem sempre conta
O que conta é o produto

Daquele momento em diante
Tudo gira entorno do negócio plantação
O cultivo da terra gera expectação
De agora em diante, penso em plantação
Tudo em minha volta leva à imaginação
Tantos frutos gloriosos que alegra o coração

O mundo que aqui vivemos é cheio de turbilhão
Mas nem sempre se fala da palavra plantação
Quando ela aos meus ouvidos, causa-me grande emoção
Pensando que ninguém vive sem o fruto da plantação

Foi assim que surgiu a ideia de plantar
Olhando para o futuro, ouvindo seu falar
Lance mão da terra que agora te quero dar
Esse fruto da terra poderá te sustentar

A terra está te esperando como um Ipê amarelo
Desponta suas flores de modo singelo
Porém quem o vê, fica encantado
Desta terra que te aguarda, terás seu grande bocado
Tenhas sempre em mente os que são desamparados

Desta terra que fazes parte, é parte de uma história
Que não deve ser esquecida, mas antes combatida
No mundo do lado de cá, onde esta gente sofrida
Teve de travar uma batalha, que até hoje não é falida

Objetos ali encontrados, deve sim ser conservados
A fim de mostrar ao Universo que eles aqui passaram
Lutaram para guardar a memória de seus antepassados
Que também isso não se repita às gerações vindouras

Hoje daqui faço parte, após muitas gerações
Nossos antepassados sofreram aflições
Porém se retiraram fazendo canções
Suas vozes ecoaram nos amplos galpões
Restaram alguns deles nestes longínquos rincões

Quem espera sempre alcança nesta trabalhosa
Os tempos são remédios, os dias, alívio constante
Os anos que ali passaram, guardaram uma esperança
Que talvez tenha ouvido em seu tempo de criança
Desses que aqui se fala, não perderam a confiança

Já é chegada a hora de tudo acontecer
Os rumores de vitória, ecoam na casa Pátria
Todos estão se achegando, a fim de isto abraçar
Tem muitos que ao longe, gostaria desta porção participar

De agora