Letra de ' Cerrado Sem Miragem (part. Dino Black) ' de Macakongs 2099

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cerrado sem miragens
Dobrando as mangas, batendo de porta
Eu venho cantando subúrbios e vilas
em porta

Sem ir à escola, as ruas me ensina
Por uma mídia que não se preocupa
Pés na estrada, mochila nas costas
conduta

Lembro até hoje pois tenho boa memória
Transformação social para nossa
Estreava latinamente o impeachment de um
presidente

Durante a trajetória evolutiva histórica
Eu me comovi com os massacres em Pequim
Na periferia as balas não são de borracha
Não foi em vão a luta de Carlos Marighela
As pernas doem não me deixam relaxar O sono
leve desespero para atrapalhar Mente vazia
oficina do inimigo

Rebelião de pensamentos trás de volta meu sorriso
A clonagem da Dolly, o reboladinho da Gretchen
Como vovó já dizia o povo têm que reclamar e
contra tudo e todos vamos protestar
Manifesto passa livre o povo foi às ruas anos
de chumbo

A PM é sobra da ditadura
A emocionante eleição de Nelson Mandela
Governo usurpador, revolta dos escravos a
marcha dos cem mil, a guerra dos
Desagrada a plebe, polícia exercita agressão,
anárcos respondem de coquetéis e pedra na mão

O lenço que encobre a cara não é ameaça pelados
Na periferia as balas não são de borracha
Eu aplaudi pela TV a queda sorridente
A pressa é inimiga da perfeição,
O lenço que encobre a cara não é ameaça recente
Não deu pra suportar o passado
Confrontos entre israelenses, palestinos
Politicamente pagou caro pela ganância vigente

Vibrei com a derrubada aos muros de Berlim
Sérvios, croatas, bósnios mais longos conflitos
Não faltou celular pra navegar na net
Bibliotecas, ferramentas para a informação
Cujas margens, magras debruças femininas
Viver o presente diante do futuro
Legalize já arroz e feijão
Macakongs, Dino Black fazendo a revolução
Ler de tudo, acessar tudo, assistir tudo
O lenço que encobre a cara não é ameaça
ideias de vanguarda, cheiro de naftalina
O povo, nação, gritos de independência
Não preciso aparecer pra dizer que estou vivo

Preciso trabalhar e não viver de improviso
Mãos para colher o que me foi dado
Direito de lembrar e ser lembrado
Tem gente que fala de tudo e de todos
Para o mundo atual és unicamente
Cospe as mentiras de primavera nos dentes
Eternos são os sonhos dessa brava gente
Não sabe que a língua é o chicote do corpo
Fábrica do dinheiro, máquina do inconsequente
O peso brutal dessa rude existência
Maltrata, humilha, destrói a família
Na periferia as balas não são de borracha
Assim se inicia, seria a sina.

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