Letra de ' Sabedoria Das Ruas ' de Mano Fler

Homem de ferro em brasa estudou comportamento
Fatos e pontos fracos, estilos e movimentos
Tenha paciência, a vida faz o resto
Inteligência sem amor é o que te faz perverso

Vai ter sempre o dia que a distância é vencida
Quando a compreensão for compreendida
Eu quebro o cadeado que trancou seu coração
Com óleo da unção residente na oração

Não pago de bonzinho, sou homem superação
Mas o perdão nunca apaga a má recordação
Quem utiliza a dor para encontrar o antibiótico
Pode ser o pastor, o presidente, até o neurótico

Encontro a esperança quando desço pra batalha
Não vim jogar conversa, muito menos a toalha
Aprendo com o passado a chegar lá no futuro
Vários bunda mole paga de coração duro

Nós é cara de pau pra quem faz cara de bunda
Salve Melk, Zedek, Cocão rap da rua
No palco da mente a festa é sua, o show é nosso
Em nome da favela comemora com Pai Nosso

O erro vai pro inferno, a compaixão pro paraíso
Perder a mãe na infância, imagine como é isso
Pagar as contas lá no meu barraco é preciso
Destruir o orgulho mano, nunca foi impossível

E pelas ruas nós segue gueto
É pelos pobre, é pelos preto
Que se aprende a visão
É malandragem de verdade no mundão
E pelas ruas nós segue gueto
É pelos pobre, é pelos preto
Que se aprende a visão
É malandragem de verdade no mundão

A liberdade antes de tudo é na mente
A ideia tem que ser aberta
Pra que a voz seja potente
Larguei tudo pra viver meu sonho
Única mina entre os manos

Tantos socos e danos, mas eu segui meus planos
Anos passaram ainda quero o mundo
Mulher bruta não disputa, vai à luta
Mas eu não me iludo, sei que o sistema é sujo

Eu mergulho profundo no que eu quero
Mas não esqueço, se deslizo afundo
Vou fundo nas palavras, Society me ataca
Como se eu fosse nada, mas meu proceder é sujo

Não nasci ontem, lido com treta à anos
SNJ pra sempre naipe Wu Tan
Das responsas não fujo
Acredito na força da mensagem
Isso nunca foi viagem
Eu levo à sério o meu compromisso
Contra machista, racista
E pra quem quer me ver fraca
Trago toneladas de força e muito respiro

E pelas ruas nós segue gueto
É pelos pobre, é pelos preto
Que se aprende a visão
É malandragem de verdade no mundão
E pelas ruas nós segue gueto
É pelos pobre, é pelos preto
Que se aprende a visão
É malandragem de verdade no mundão

Das ruas de S. A pra S. C firme e sempre
Cria de SP prossigo na humildade
Sempre no tom
Mesmo com os traumas que machuca
A alma de quem é sangue bom

Batalha desde sempre, na fé ainda acredito
Que quem é pelo certo sobrevive a qualquer mito
Foi dito que é nós por nós, então mantém
Firme e forte no front contra o que vem

Sabotando as estatísticas, longe da balística
Sigo peregrino, liberto livre da mística
Pra vaidade minha vida é rústica
Pra música acústica é plural
Multidão pros da suástica

Dignidade é o que desejo pros manos
Nem sempre é o cash que vai resolver
O problema, ou os canos
Cês tão brincando de aglomero e chapando
Enquanto o inimigo segue sorrindo e contando

E pelas ruas nós segue gueto
É pelos pobre, é pelos preto
Que se aprende a visão
É malandragem de verdade no mundão
E pelas ruas nós segue gueto
É pelos pobre, é pelos preto
Que se aprende a visão
É malandragem de verdade no mundão